domingo, 13 de dezembro de 2009

Dadaísmo


O movimento Dadá (Dada) ou Dadaísmo foi uma vanguarda moderna iniciada em Zurique, em 1916, no chamado Cabaret Voltaire, por um grupo de escritores e artistas plásticos, dois deles desertores do serviço militar alemão e que era liderado por Tristan Tzara, Hugo Ball e Hans Arp. Embora a palavra dada em francês signifique cavalo de brinquedo, sua utilização marca o non-sense ou falta de sentido que pode ter a linguagem (como na língua de um bebê). Para reforçar esta idéia foi criado o mito de que o nome foi escolhido aleatoriamente, abrindo-se uma página de um dicionário e inserindo-se um estilete sobre a mesma. Isso foi feito para simbolizar o caráter anti-racional do movimento, claramente contrário à Primeira Guerra Mundial. Em poucos anos, o movimento alcançou, além de Zurique, as cidades de Barcelona, Berlim, Colônia, Hanôver, Nova York e Paris.

Balla


Giacomo Balla nasceu em Turim, na Itália, em 1871. Em 1910 declarou publicamente sua filiação ao movimento futurista do qual se afastou em 1931. Morre no ano de 1958, em Itália. O pintor italiano durante a sua obra tentou endeusar os novos avanços científicos e técnicos por meio de representações totalmente desnaturalizadas, sem chegar a uma total abstracção. Mesmo assim, mostrou grande preocupação com o dinamismo das formas, com a situação da luz e a integração do espectro cromático. A sua formação académica restringiu-se a um curso nocturno de desenho, de dois meses de duração, na Academia Albertina de Turim, sua cidade natal. Em 1895 o pintor mudou-se para Roma, onde apresentou regularmente suas primeiras obras em todas as exposições da Sociedade dos Amadores e Cultores das Belas-Artes.Cinco anos mais tarde, fez uma viagem a Paris, onde entrou em contacto com a obra dos impressionistas e neo-impressionistas e participou em várias exposições. Na volta a Roma, conheceu Marinetti, Boccioni e Severini. Um ano mais tarde, junta-se a eles para assinar o Manifesto Técnico da Pintura Futurista.Preocupado, como seus companheiros, em encontrar uma maneira de visualizar as teorias do movimento, apresentou em 1912 seu primeiro quadro futurista intitulado Cão na Coleira ou Cão Atrelado.Dissolvido o movimento, Balla retornou às suas pinturas realistas e voltou-se para a escultura e a cenografia. Embora em princípio Balla continuasse influenciado pelos divisionistas, não demorou a encontrar uma maneira de se ajustar à nova linguagem do movimento a que pertencia. Um recurso dos mais originais que ele usou para representar o dinamismo foi a simultaneidade, ou desintegração das formas, numa repetição quase infinita, que permitia ao observador captar de uma só vez todas as sequências do movimento.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Boccioni


Umberto Boccioni (Reggio di Calabria, 19-10-1882 - Verona, 16-08-1916) foi um pintor e escultor italiano, do movimento futurista. É talvez o mais célebre futurista europeu. Estudou pintura impressionista e pós-impressionista em Paris, e depois em Veneza, na Academia de Belas Artes. Realizou atividades de ilustrador e produtor de cartazes. Foi aluno de Giacomo Balla, outro integrante da vanguarda futurista. Boccioni começa a realizar esculturas a partir de 1912. A maioria de suas obras eram realizadas em gesso, e muitas foram destruídas. A sua escultura Formas Únicas de Continuidade no Espaço é um marco do movimento futurista e da cultura do modernismo europeia, sinónimo de vanguarda e inovação, colocando-o na linha frontal da História de Arte da primeira metade do século XX. A escultura aparece no verso de algumas moedas italianas. Publicou diversos textos sobre a estética Futurista, onde destaca-se o livro Pittura Scultura Futuriste, que concentra todo o ideário artístico do movimento, escrito em 1914. Boccioni falece em 1916, em Sorte,Verona, devido a uma queda de cavalo.

Futurismo


Esta corrente nasceu em Itália e foi um movimento que se manifestou primeiramente na literatura para, mais tarde, se estender às artes plásticas, à arquitectura, à música, ao cinema, etc. O seu surgimento, datado de 1909, foi marcado pelo Manifesto Futurista do poeta Filippo Marinetti. Nesse texto, o autor apresentava como pontos fundamentais a recusa da harmonia e do bom gosto, do geometrismo intelectual dos cubistas, bem como do sensualismo cromático dos fauvistas, propondo uma nova poética que combatia qualquer forma ligada à tradição e fazia a exaltação da civilização industrial com tudo o que ela comportava – o movimento da máquina e da velocidade -, fazendo uma total assunção da sociedade moderna e industrial. Os elementos essenciais da nossa poesia serão o valor, a ousadia e a rebelião. Declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu com uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automóvel de corridas é mais bonito que a Vitória de Samotrácia. Marinetti, Primeiro Manifesto Futurista, 1909. Características fundamentais: Apologia da máquina, da velocidade, da luz e da própria sensação dinâmica; Libertação e exaltação das energias; Exaltação do presente, da velocidade e das formas dinâmicas produzidas pela civilização, reflectindo a vida moderna; Alternância de planos e sobreposição de imagens, ora fundidas, ora encadeadas, para dar a noção de velocidade e dinamismo; Arabescos contorcidos, linhas circulares emaranhadas, espirais e elipses; Geometrização dos planos em ângulo agudo, mais dinâmico, abolindo totalmente os ângulos rectos cubistas na organização espacial, permitindo a sugestão da fragmentação da luz; Cores muito contrastadas, em composições violentas e chocantes.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Georges Braque


Pintor francês. Inicia-se no mundo da pintura pela mão dos fauves. Desta época é O Duo. Foi, juntamente com Picasso, com quem trabalha estreitamente, o criador do cubismo. Na sua primeira etapa limita-se às cores ocres e cinzentas, com um repertório de formas muito limitado. Em 1910 abandona o paisagismo e dedica-se às naturezas-mortas, sempre dentro do cânone cubista. Os seus quadros deste período são de grande efeito decorativo (Violino e Jarro). Introduz na sua paleta materiais novos: areia, madeira, papel, pedra). É, neste sentido, o criador da collage. Depois de 1920 dedica-se também à escultura. Nos últimos anos da sua vida evolui para formas mais claras e essenciais, como na série Os Pássaros.

Pablo Picasso


O artista espanhol Pablo Picasso (25/10/1881-8/4/1973) destacou-se em diversas áreas das artes plásticas: pintura, escultura, artes gráficas e cerâmica. Picasso é considerado um dos mais importantes artistas plásticos do século XX. Nasceu na cidade espanhola de Málaga. Fez seus estudos na cidade de Barcelona, porém trabalhou, principalmente na França. Seu talento para o desenho e artes plásticas foi observado desde sua infância. Suas obras podem ser divididas em várias fases, de acordo com a valorização de certas cores. A fase Azul (1901-1904) foi o período onde predominou os tons de azul. Nesta fase, o artista dá uma atenção toda especial aos elementos marginalizados pela sociedade. Na Fase Rosa (1905-1907), predomina as cores rosa e vermelho, e suas obras ganham uma conotação lírica. Recebe influência do artista Cézanne e desenvolve o estilo artístico conhecido como cubismo. O marco inicial deste período é a obra Les Demoiselles d'Avignon (1907) , cuja característica principal é a decomposição da realidade humana. Em 1937, no auge da Guerra Civil Espanhola ( 1936-1939), pinta seu mural mais conhecido: Guernica. Esta obra já pertence ao expressionismo e mostra a violência e o massacre sofridos pela população da cidade de Guernica. Na década de 1940, volta ao passado e pinta diversos quadros retomando as temáticas do início de sua carreira. Neste período, passa a dedicar-se a outras áreas das artes plásticas: escultura, gravação e cerâmica. Já na década de 1960, começa a pintar obras de artes de outros artistas famosos: O Almoço Sobre a Relva de Manet e As Meninas do artista plástico Velázquez, são exemplos deste período. Já com 87 anos, Picasso realiza diversas gravuras, retomando momentos da juventude. Nesta última fase de sua vida, aborda as seguintes temáticas: a alegria do circo, o teatro, as tradicionais touradas e muitas passagens marcadas pelo erotismo. Morreu em 1973 numa região perto de Cannes, na França.

Cubismo


O Cubismo é um movimento artístico que ocorreu entre 1907 e 1914, tendo como principais fundadores Pablo Picasso e Georges Braque. O Cubismo tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando todas as partes de um objeto no mesmo plano. A representação do mundo passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas. O movimento cubista evoluiu constantemente em três fases: Fase cezannista ou cezaniana entre 1907 e 1909 - Fase analítica ou hermética entre 1909 a 1912 - que se caracterizava pela desestruturação da obra, pela decomposição de suas partes constitutivas; Fase sintética (contendo a experimentação das colagens) - foi uma reação ao cubismo analítico, que tentava tornar as figuras novamente reconhecíveis, como colando pequenos pedaços de jornal e letras. Desta última fase decorrem dois movimentos: Orfismo eSecção de Ouro. Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas. O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes.

Henri Matisse


Pintor, escultor e desenhista francês (31/12/1869-3/11/1954). É um dos principais artistas do fauvismo. Nasce em Le Cateau, estuda direito em Paris e só começa a pintar com mais de 20 anos, por volta de 1890. Seus primeiros trabalhos retratam interiores ou são naturezas-mortas, no estilo de Cézanne. É influenciado pelos pós-impressionistas e adota o fauvismo a partir de 1900, obtendo sucesso durante a exposição do Salão de Outono, na França. Sua teoria artística consiste em estudar separadamente cada elemento da obra - desenho, cores, valores, composição -, fazendo com que todos tenham a mesma importância. O equilíbrio entre forma e fundo evolui pelo contato com a arte decorativa do Oriente Médio, durante viagens que faz ao Marrocos, após as quais passa a trabalhar com recortes e colagens. Entre suas principais obras estão Luxo, Calma e Volúpia (1907), O Aparador, Harmonia Vermelha (1908), Figura Decorativa sobre Fundo Ornamental (1927) e A Dança (1933). De 1948 a 1951 dedica-se ao projeto arquitetônico e à decoração do interior da Capela do Rosário, em Vence, na França. Essa obra era considerada pelo artista seu trabalho mais importante. Três anos depois de concluir a tarefa morre em Nice.

Fauvismo


Esta corrente, Fauvismo, constituiu a primeira vaga de assalto da arte moderna propriamente dita. Em 1905, em Paris, no Salon d’Automne, ao entrar na sala onde estavam expostas obras de autores pouco conhecidos, Henri Matisse, Georges Rouault, André Derain, Maurice de Vlaminck, entre outros, o crítico Louis de Vauxcelles julgou-se entre as feras (fauves).As telas que se encontravam na sala eram, de facto, estranhas, selvagens: uma exuberância da cor, aplicada aparentemente de forma arbitrária, tornava as obras chocantes. Caracteriza-se pela importância que é dada à cor pura, sendo a linha apenas um marco diferenciador de cada uma das formas apresentadas. A técnica consiste em fazer desaparecer o desenho sob violentos jactos de cor, de luz, de sol.Características fundamentaisPrimado da cor sobre as formas: a cor é vista como um meio de expressão íntimo;Desenvolve-se em grandes manchas de cor que delimitam planos, onde a ilusão da terceira dimensão se perde;A cor aparece pura, sem sombreados, fazendo salientar os contrastes, com pinceladas directas e emotivas;Autonomiza-se do real, pois a arte deve reflectir a verdade inerente, que deve desenvencilhar-se da aparência exterior do objecto;A temática não é relevante, não tendo qualquer conotação social, política ou outra.Os planos de cor estão divididos, no rosto, por uma risca verde. Do lado esquerdo, a face amarela destaca-se mais do fundo vermelho, enquanto que a outra metade, mais rosada, se planifica e retrai para o nível do fundo em cor verde. Paralelos semelhantes podemos ainda encontrar na relação entre o vestido vermelho e as cores utilizadas no fundo.A obra de arte nasce, por isso, autónoma em relação ao objecto que a motivou.dos temas mais característicos do autor, onde sobressaem os padrões decorativos.A linguagem é plana, as cores são alegres, vivas e brilhantes, perfeitamente harmonizadas, não simulando profundidade, em total respeito pela bidimensionalidade da tela.A cor é o elemento dominante de todo o rosto. Esta é aplicada de forma violenta, intuitiva, em pinceladas grossas, empastadas e espontâneas, emprestando ao conjunto uma rudeza e agressividade juvenis.Estudo dos efeitos de diferentes luminosidades, anulando ou distinguindo efeitos de profundidade.

Edvard Munch


Edvard Munch nasceu em Löten, na Noruega, em 12 de dezembro de 1863, e estudou arte em Oslo. Começou a pintar em 1880, primeiramente retratos e depois uma série de quadros naturalistas que testemunham sua rejeição do impressionismo da época. É característico dessa fase o quadro "Criança doente" (1886). Apesar do escândalo causado pela exposição de suas obras em Oslo, Munch ganhou uma bolsa de estudos em 1889. Morou na França, na Alemanha e na Itália, e somente após 18 anos regressou à terra natal. Em Paris, fez contato com os pós-impressionistas, especialmente Toulouse-Lautrec e Gauguin, de quem recebeu reconhecida influência. Interessado também no realismo social de Ibsen, criou para o escritor os cenários e figurinos da peça Peer Gynt, montada em Paris em 1896. A atmosfera sombria, os nus e retratos espectrais de Munch inspiram-se em Ibsen, mas a partir de 1890 seu expressionismo adquiriu caráter simbolista, de teor quase histérico em "O vampiro", "A angústia" ou "O grito". Em Paris, pintou ainda "Frisa da vida", que considerou a síntese de sua obra. Em Berlim, entre 1892 e 1908, conheceu August Strindberg e influiu na evolução do expressionismo alemão. Em 1910, definitivamente de volta à Noruega, Munch renovou sua pintura com um estilo não menos vigoroso mas de cores claras, em que se abranda o espírito trágico das obras anteriores. São dessa fase os murais "O sol", "A história" e "Alma mater", que criou de 1910 a 1915 para a Universidade de Oslo. A maior parte de sua obra, inclusive admiráveis litografias e xilogravuras como "Moças na ponte" e "Noite branca" (1911), pode ser vista no museu de Oslo que recebeu seu nome. Edvard Munch morreu em Ekely, próximo a Oslo, em 23 de janeiro de 1944.

Expressionismo


A pintura Expressionista é a representação distorcida da realidade resultando num efeito emocional. A emoção é um impulso sensorial que move um ser humano para uma determinada acção. Pintores como El Greco ou Matthias Grünewald podem ser apelidados de expressionistas, mas na prática, o termo é aplicado somente a artistas século XX. Denominam-se expressionistas os vários movimentos de vanguarda do início do século XX que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que em sua exteriorização, projectando na obra de arte uma reflexão individual e subjectiva.Os artistas expressionistas procuraram desenvolver formas pictóricas que exprimissem mais os sentimentos íntimos do que o mundo exterior. A pintura expressionista é intensa, apaixonada e muito pessoal, baseada no princípio de que a tela é um veículo para a demonstração das emoções. As cores violentas, irreais, a par de pinceladas dramáticas, são típicas da pintura expressionista, cheia de vitalidade. Não é surpreendente que Vincent van Gogh, com a sua técnica frenética de pintura e extraordinário uso da cor, tenha sido a fonte para muitos pintores expressionistas.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Gustav Klimt


Seduzido pela personalidade extravagante de Gustav Klimt, o cineasta Raoul Ruiz dirigiu o filme "Klimt", com John Malkovitch no papel do artista e Verônica Ferres no papel de sua modelo predileta, Emilie Flöge. O propósito do filme foi retratar a vida do artista cuja pintura sexual e exuberante simboliza o estilo art nouveau da virada do século 19 para o século 20.Filho de uma família pobre, Gustave Klimt iniciou aos 14 anos seus estudos na Escola de Artes e Ofícios.Em 1880, abriu com o irmão Ernst um ateliê de painéis decorativos. Realizou seus primeiros trabalhos no Teatro de Karlsbad e no Gurgtheater, numa época em que a arte floral começava a entrar em cena na Europa.Klimt foi contratado para pintar a escadaria do Museu Histórico de Arte de Viena em 1891. Nessas pinturas, pôde dar uma contribuição pessoal ao estilo decorativo em voga. No ano seguinte, com a morte do irmão, Klimt desfez-se do ateliê e inscreveu-se na Sociedade dos Artistas Vienenses. Como dissidência dessa sociedade, fundou em 1897 o grupo Secessão. O grupo editava também a revista "Ver Sacrum", para a qual Klimt realizou diversas ilustrações. Em 1898, o Secessão realizou sua primeira mostra. Com a renda da exposição, Klimt e seu grupo construíram uma sede para o movimento, chamada de "Palácio da Secessão", com projeto de Joseph Olbrich. Klimt deixou o Secessão em 1905 para unir-se aos pintores austríacos Egon Schiele e Oskar Kokoschka. Realizou várias viagens pela Europa e desenvolveu uma pintura muito própria - ornamental, linear e feminina.Aclamado pela sociedade vienense, o artista pintou uma série de retratos de mulheres, entre os quais o retrato de Emilie Flöger, modelo com quem teve um envolvimento. Em seus últimos anos, dedicou-se a paisagens e cenas alegóricas, muitas delas inspiradas pelo pequeno castelo que adquiriu perto do lago Atter. Para muitos, "O Beijo", pintado entre 1907 e 1908, é sua obra-prima.Em 1910, participou da Bienal de Veneza e no ano seguinte recebeu o primeiro prêmio na Exposição Internacional de Roma. Gustave Klimt morreu em 1918, vítima de um ataque de apoplexia.

Arte Nova


Um estilo de arte decorativa exageradamente assimétrico que se difundiu por toda a Europa e pelos E.U.A. de 1890 a 1910. É um estilo decorativo essencialmente fitomórfico caracterizado pelo uso de linhas orgânicas, longas e sinuosas, em formas ondulantes de todos os tipos, elegantes e rítmicas, em especial a curva em chicote “whiplash”, retiradas dos caules e das gavinhas das plantas, mas utilizou também as chamas, os drapeados e os cabelos ondulantes batidos pelo vento. A Arte Nova tem como linguagem a estilização das formas naturais, especialmente da flora e da figura feminina. Na Arquitectura as formas tridimensionais são submergidas por curvas que fundem a estrutura com o ornamento. A Arte Nova rejeitou deliberadamente o historicismo do século XIX, daí o seu nome, “nova”, a primeira forma de arte que não se baseia em estilos do passado e que já não é portanto revivalista e historicista. Apresenta, no entanto, influências longínquas do Neogótico, e mais próximas, do movimento Arts and Crafts e do Simbolismo, bem como da voga das gravuras japonesas de estilo linear (ukyo-e). A Arte Nova apresenta-se em variados “sabores” ou expressões nacionais: em França e na Bélgica toma o nome de “l’Art Nouveau” ou “Style Guimard”, na Alemanha “Jugendstil”, na Austria “Wiener Sezession”, em Inglaterra e E.U.A. “Modern Style”, em Itália “Stile Liberty” e em Espanha “Arte Modernista” e especialmente em Barcelona, “Modernismo Catalán”. A Arte Nova toma uma grande importância ao propor um novo estilo, onde todas as artes, as “Belas-Artes” e as Artes menores ou decorativas, se associam e colaboram na expressão de um efeito artístico global; assim as grandes obras da Arte Nova incorporam num mesmo efeito estilístico a arquitectura, a escultura e a pintura, mas também e com grande relevância, o mobiliário, o estuque, a arte do vidro e dos vitrais e espelhos, a cerâmica, a tapeçaria e os tecidos, a ourivesaria, etc. A Arte Nova tem ainda uma forte expressão nas artes gráficas, gravura, cartaz e encadernação. A Arte Nova aceita e utiliza os “novos materiais” na Arquitectura, mas rejeita a fabricação em série, é uma arte de excelência da execução, assim o ideal de uma nova arte global restringe-se a uma classe muito rica e restrita de promotores. Em Portugal a Arte Nova surge a partir de 1905, de modo episódico, na decoração a azulejos de fachadas e interiores de lojas e leitarias, tendo um exemplo notável na fachada do Animatógrafo do Rossio de 1907. Na cerâmica, é na produção da fábrica de Rafael Bordalo Pinheiro que temos os melhores exemplos. Principais artistas: Charles Rennie Mackintosh, Henry van de Velde, Victor Horta, Hector Guimard, Alfonse Mucha, René Lalique. Nos E.U.A., Louis Tiffany e Louis Henry Sullivan. A Arte Nova revela a influência das experiências, na pintura, da utilização da linha expressiva por Paul Gaugin e Henri de Toulouse-Lautrec. Após 1910 a Arte Nova foi abandonada como um estilo decorativo, foi no entanto importante para a criação de um Design de unidade estética no século XX.